sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

“É necessário criar uma forma de pensar” - Einstein

 

A 14 de março de 1879, nascia em Ulm, pequena cidade alemã às margens do Danúbio, um menino com a cabeça tão grande e angular que preocupou, consideravelmente, seus familiares. O bebê, que o médico garantiu ser uma criança perfeita, recebeu o nome de Albert Einstein.

Era como se a História estivesse unindo o nome de Einstein - precursor de uma nova era - ao de Kepler-artífice da época científica anterior - que morrera nessa mesma cidade de Um, berço do maior cientista do século XX - o "Século de Einstein"*

As teorias einsteinianas provocaram profundas modificações na Física clássica e lhe valeram o Prêmio Nobel de Física, em 1921, pelo seu Efeito Fotoelétrico, descrito na Teoria Fotônica da Luz. Mas, acima de tudo, Einstein foi um homem polêmico. Mesmo sendo um pacifista, colaborou para a construção da primeira bomba atômica e, embora acreditasse em Deus, reformulou as leis tidas como eternas. Sua infância também não foi das mais tradicionais. Ele só começou a falar aos três anos de idade e chegou a ouvir de um de seus professores a vá profecia: "Você nunca chegará a ser coisa alguma na vida". Entretanto, uma bússola que ele recebeu de presente aos cinco anos de idade e o livro de Geometria de Euclides, já aos 14 anos, despertaram naquele menino uma profunda identidade com as forças do universo.

Selecionamos, entre seus pontos de vista, algumas considerações significativas, que transcrevemos a seguir.

a um estudante:

- Não se preocupe com as suas dificuldades em matemática. Posso lhe assegurar que as minhas são ainda maiores.

sobre a humildade:

- Cada pessoa seriamente empenhada em conquistas científicas se convence da existência de um espírito que preside as leis do universo -- um espírito vastamente superior ao do homem e diante do qual nós, com nossos modestos poderes, devemos nos sentir humildes.

os prazeres.

- Não dou a menor importância ao dinheiro. Condecorações, títulos e outras distinções nada significam para mim. Também não vivo a procura de elogios. As únicas coisas que me dão prazer, fora o meu trabalho, o meu barco a vela e o meu violino, são a compreensão e o apreço dos meus colegas cientistas.

sobre o espírito da ciência:

-- Sou por natureza inimigo das dualidades. Dois fenômenos ou dois conceitos que parecem diversos me ofendem. Minha mente tem um objetivo supremo: suprimir as diferenças. Assim agindo permaneço fiel ao espírito da ciência que, desde o tempo dos gregos, sempre aspirou à unidade. Na vida, como na arte, assim é também. O amor tende a fazer de duas pessoas um único ser. A poesia, com o uso perpétuo da metáfora que assimila objetos diversos, pressupõe a identidade de todas as coisas.

caso suas previsões não se confirmassem:

- Então eu lamentaria pelo bom Deus, pois a teoria está correta.

 

EINSTEIN E PIAGET

A concepção de tempo, espaço, velocidade,
simultaneidade (conceitos eminentemente físicos) variam ao longo do desenvolvimento da criança, de forma radical, como se em cada estágio do desenvolvimento a criança assumisse a forma de um "'einstein" paleontológico. Certa vez conta Piaget, Einstein (após ouvir uma de suas conferências) pediu-lhe que investigasse como as crianças concebem, sucessivamente, a simultaneidade e a velocidade. Quando, em outro encontro, Piaget transmitiu-lhe os resultados (que, por acaso, confirmam as teorias einsteinianas), Einstein, empolgado, comentou que a Psicologia era ainda mais complexa que a Física.

Ora, essa transitividade da maneira de pensar não foi sequer
incorporada pelos psicólogos e educadores; da mesma forma como a maioria dos físicos e matemáticos não incorporaram ainda a teoria da relatividade em sua maneira rotineira de pensar. Serão precisos séculos para que as ideias de Einstein sejam digeridas pela humanidade, em seu dia-a-dia. O mesmo acontecerá, em ciências humanas, com Jean Piaget, cujo centenário ocorrerá às vésperas do ano 2000 (ele nasceu a 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça). [Texto escrito em abril/1979]

Sobre o Autor – Lauro de Oliveira Lima foi um 
pedagogista brasileiro, conhecido pela sua atuação política na educação e pelo desenvolvimento do Método Psicogenético, estruturado a partir da Epistemologia Genética de Jean Piaget. Em 1949, formou-se em Direito e em 1951 em Filosofia. Nascimento: 12 de abril de 1921, Limoeiro do Norte, Ceará. Falecimento: 29 de janeiro de 2013(91 anos) Rio de Janeiro, Brasil.

 

FONTE – LIMA, Lauro de Oliveira. Temas Piagetianos. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984. Páginas 16-17.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Existe vida após parto?


 Dois bebês conversavam no ventre da mãe. Um perguntou ao outro:

“Vc acredita em vida após o parto?”

O outro respondeu: “É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde.”

“Bobagem”, disse o primeiro. “Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria esta?”

O segundo disse: “Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora.”

O primeiro retrucou: “Isto é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca!? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação.”

O segundo insistiu: “Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico.”

O primeiro contestou: “Bobagem, e, além disso, se há, realmente, vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida e no pós-parto não há nada além de escuridão, silêncio e esquecimento. Ele não nos levará a lugar nenhum.”

“Bem, eu não sei”, disse o segundo, ” mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós.”

O primeiro respondeu: ” Mamãe, vc realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?”

O segundo disse: “Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela, este mundo não seria e não poderia existir.”

Disse o primeiro:” Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe.”

Ao que o segundo respondeu: ” Às vezes, quando vc está em silêncio, se vc se concentrar e realmente ouvir, vc poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa lá de cima.”

 

(Texto do escritor húngaro Útmutató a Léleknek)

Fonte - https://metamorfosecrista.wordpress.com/tag/escritor-hungaro-explica-a-existencia-de-deus/