terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Quando e como aplicar as técnicas de estudos às crianças

Que métodos podem usar os pais para ajudar aos seus filhos a estudar

Vilma Medina 

(Diretora de Guiainfantil.com - 7 de março de 2015)

Quando se começa ou se termina um novo curso escolar, as crianças têm as melhores intenções do mundo. Mas muitas vezes ficamos apenas nisso, nas boas intenções. E temos que dizer que não vale apenas boa vontade. A gente se empenha em fazer tudo o que nos propomos, mas depois chega o difícil, manter o horário, encontrar tempo, etc., e depois de um mês já abandonamos quase tudo.

E não é falta de competência, é que não sabemos como temos que nos preparar desde o princípio.

Meu filho não gosta de estudar

Nos estudos é a mesma coisa. 

Podemos escutar muitas vezes os adolescentes: Eu não consigo estudar! Não me dá tempo! Nunca gostei de matemática!... Mas eles se dão conta que quando refletem, existem coisas que não vão bem.

- Tem crianças que se empenham durante todo um período, e quando se dão conta só fizeram uma coisa, e quando são chamados para jantar se dão conta que não sabem o que aconteceu e todos os deveres ainda estão por fazer.

- Deu branco no exame! Levei dois dias estudando e agora não me lembro de nada!

- É que meu filho não gosta de estudar, não é capaz de se sentar e trabalhar, passa toda a tarde em frente à TV ou no computador. Não sei o que fazer com ele!

Todos sabemos ou pelo menos nos lembramos de algumas técnicas de estudo: como devemos nos sentar diante uma mesa para estudar (retos, cômodos), com a higiene ambiental adequada (luz, calor, ruído adequado), controlar os tempos, saber fazer resumos, esquemas etc. Mas não colocamos isso em prática.



Desde muito pequenos, devemos educá-los na disciplina e no estudo. No primário, podem ir até mais ou menos bem, mas logo chega o secundário e tudo vai por água abaixo. E não me refiro a que sejam reprovados, mas que começam a sofrer e lutar para tentar aprender de qualquer forma, quando isso se deve aprender e educar desde cedo, e além disso, em casa.  E digo desde a casa, porque não é responsabilidade do colégio. O professorado já sabe de memória como devem estudar, e explicam nas aulas todos os anos, mas os alunos têm  que colocar em prática com apoio e supervisão da família.

Quando chegar em casa à tarde, há tempo para merendar, para falar de como foi no colégio, com os amigos, professores, piadas novas etc. Logo começamos a trabalhar. Para isso não tem discussão. Todos temos responsabilidades e devemos cumprir com elas (se no princípio custa, pode-se recorrer a um sistema de prêmios por acordos conseguidos). Deve-se começar já com as crianças pequenas, dedicando-lhes uma horinha todos os dias: lemos um conto, fazemos um desenho, aprendemos a fazer quebra-cabeças, a recortar, a fazer os laços dos sapatos... No princípio significará termos que fazer isso todos os dias, sem exceção.

Com o tempo, veremos como podemos, pouco a pouco,  deixá-los a sós e ver que adotaram esse costume de trabalhar todos os dias. Se nos sobra tempo, podemos brincar, ver um pouco de televisão ou brincar no computador (sempre controlando o tempo) e sempre nessa ordem: primeiro o trabalho e depois a distração.

Existem pais que se queixam porque para merendar, os filhos se colocam em frente à TV e logo não têm como desligá-la para que comecem a estudar. Neste treinamento, para conseguir o hábito de estudar, devemos levar a sério desde o princípio e fazê-lo bem (para comer não necessitamos da televisão).

Técnicas de estudos às crianças

Já com 7- 8 anos podemos introduzir o conceito de tempo de estudo. Para evitar o exemplo anterior de que se passa toda uma tarde sem haver terminado os deveres, temos que praticar com o relógio e os horários. Por exemplo, começamos com uma palavra cruzada por dia. Controlamos no primeiro dia quanto demora (coloquemos dez minutos) e a partir desse dia propomos à criança, tentar ganhar dela mesma e superar seu próprio recorde (9 - 8 - 7 minutos). Isso não é para se afobarem com o tempo, mas para que compreendam que quando nos colocamos um tempo, as coisas funcionam de uma maneira, e quando não é assim, podemos passar horas para realizar o mesmo trabalho. Quanto antes terminem, mais tempo terão para brincar depois.

Isto servirá como aquecimento, para logo passar a uma outra atividade. Ler todos os dias pelo menos 15 minutos e também com bom ritmo.


Quando vão crescendo, a palavra cruzada pode ser substituída por algum exercício simples ou alguma matéria fácil e rápida, para logo passar a matérias que nos custe ou tenha mais trabalho no dia seguinte. Não podemos deixar para o final de semana, já que sempre haverá alguma desculpa para não fazê-lo (estou cansado, não tenho vontade, melhor que me explique amanhã...)

As crianças se acostumaram a fazer os deveres (somente os exercícios que passam na sala de aula) todos os dias e com isso já cumpriram seu estudo... Isso não vale. Primeiro se estuda a pergunta e logo se fazem os exercícios.

Se uma criança está atenta na sala de aula à explicação: 

(1º) estuda em casa 

(2º) aprende 

(3º) faz exercícios 

(4º) os corrige na sala 

(5º) faz resumo ou roteiro 

(6º) e repassa as perguntas de tempo em tempo 

Até o dia da avaliação, como não vai saber a lição para o dia do exame depois de ter repassado pelo menos 7 vezes a mesma pergunta?

Claro que se não está atenta na sala de aula, não faz os deveres e estuda um dia antes do exame, já sabemos como sairá.

Quando começamos a educar os filhos, devemos ter claro que buscamos o melhor para eles,

e nessa vida as coisas se conseguem com esforço. Com essa disciplina,  que queremos ensiná-los para seu bem, vamos poder chegar à conclusão que todos estamos cansados, mas que eles têm seu trabalho pela tarde, igual a nós com comidas, no passar roupas, ajudar os filhos nas tarefas...e o fazemos com gosto. No final do dia, uma vez realizadas nossas tarefas, podemos descansar, ler, etc. E deitaremos com a satisfação do dever cumprido.


Fonte - https://br.guiainfantil.com/aprendizagem/82-quando-e-como-aplicar-as-tecnicas-de-estudos-as-criancas-.html  - María Concepción Luengo de Pino - Psicopedagoga



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