Sempre vivo e
indeciso,
ora corre, ora voa,
consegue curar
feridas,
no mesmo instante as
magoa.
Ninguém escapa do
tempo
invisível feito o
vento
que toca qualquer
pessoa.
O tempo me modelou,
me arrancou do meu
ninho,
clareou os meus
cabelos,
me bateu, me fez
carinho.
O tempo me fez voar,
me ensinou a caminhar,
mas não mostrou o
caminho.
Por tanto tempo o tempo
fez papel de diretor,
um roteirista confuso,
ora ódio, ora amor,
gritando silencioso,
tão claro e misterioso
feito o mar pro
pescador.
O tempo me fez poeta,
artista, palco e
cenário,
me fez imaginação,
aí, encontrou um
páreo,
pois, para o tempo, o
artista
sempre foi um
adversário.
e faz parar o ponteiro
que faz o dia ser
noite
e último ser primeiro,
e que tem a ousadia
de determinar o dia
que será o derradeiro.
A liberdade da arte
deixa o tempo
aprisionado,
faz o relógio da vida
adiantado, atrasado,
e num segundo de paz
toda guerra se desfaz
se o relógio for
parado.
Já que o tempo é infinito
e o artista o domina,
ser eterno e ser
mortal
talvez seja minha
sina,
atuar num espetáculo
que nunca fecha a
cortina.
A única previsão
que é certa sobre o
tempo
é que ele vai passar.
Por isso cada momento
deve ser aproveitado,
vivido e depois
guardado
na caixa do
pensamento.
O tempo está sempre
vivo
num grande
desassossego,
inquieto, inconstante,
é pancada e é chamego,
é solução e problema.
O tempo é só um poema
dizendo: já fui, já
chego.
cordelista, declamador e palestrante brasileiro.
Nascimento: 1985, em
Alto Santo, Ceará.
Só vale a pena passar o tempo, quando se tem tempo de amar sem tempo.
ResponderExcluirUauuu!!! Gostei. bjo
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