"Criança:
Da Anomia à Autonomia"
Os objetivos que a sociedade deseja atingir, com a humanização e a socialização das pessoas, são atingidos quando, dentre outros modos maduros de agir, as pessoas agem com “autonomia”. Sabe-se que uma pessoa está agindo com “autonomia” quando ela já tem consciência das regras e normas da sociedade onde vive, seguindo-as, e suas ações são feitas por iniciativa própria sem a influência e a necessidade de alguém ficar mandando fazer, tendo a liberdade de escolha entre as ações, seja para fazer alguma coisa, para pensar ou para utilizar seus juízos morais. A sociedade considera que uma pessoa está nessa etapa almejada, quando ela desenvolveu o autocontrole, a autocrítica (não absorve passivamente as informações, mas as transforma), tem consciência do certo e do errado, tomando as decisões sobre quais comportamentos deve ter. Quando uma pessoa age com “autonomia”, ela está demonstrando que internalizou os valores morais de seu meio ambiente, é fiel a eles, tem atitudes baseadas neles e não por ter receio de sanções externas. E quando age com “autonomia” está utilizando a sua razão, conforme dizia o filósofo alemão prussiano Immanuel Kant ou está utilizando seus próprios juízos morais e de valor, construídos através do relacionamento com as outras pessoas, conforme era o pensar do pedagogo suíço Jean Piaget.
A sociedade pretende, com a educação das novas gerações, que as crianças e os jovens cheguem a essa etapa evolutiva da “autonomia”, saindo das outras duas etapas que a precedem. A etapa da “anomia” é, geralmente, a etapa das crianças pequenas: com seu egocentrismo natural da infância, elas querem fazer somente o que desejam, sem considerar os outros e sem seguir regras e normas, pois ainda não aprenderam e não assimilaram essas regras e normas do meio social. As crianças vão saindo, gradativamente, dessa etapa, mudando para uma nova etapa evolutiva, a da “heteronomia”, através do convívio com as outras pessoas e estimuladas pela educação e influências culturais que recebem. Nessa nova etapa, as crianças já aprenderam e conhecem as regras e normas que devem seguir, mas ainda estão dependentes dos adultos, e aguardam que alguém decida por elas, ainda ficam esperando que os outros digam o que elas devem fazer. Fazem só o que mandam fazer ou fazem se sofrerem pressão social do grupo onde vivem. Neste sentido, muitas pessoas agem como se estivessem nessa fase da “heteronomia”, sem utilizarem as próprias ideias, mas preferindo utilizar passivamente as informações que recebem dos outros.
O processo da educação, estruturado pela sociedade para as novas gerações, faz com que as crianças e os jovens sejam estimulados a atingirem a etapa almejada, e possível, para todo ser humano: a da “autonomia”. Apesar de ser esse o objetivo de toda educação, na sociedade atual são encontradas, infelizmente, muitas pessoas que parecem ter parado na etapa da “anomia” pois não respeitam as regras, normas e as leis da sociedade, não respeitam as outras pessoas, não possuem valores morais e éticos, agem sem autocontrole, apresentando comportamentos violentos, agressivos, desonestos, envolvendo-se em crimes, corrupção e uma série de outros comportamentos prejudiciais à sociedade onde vivem. E outros parecem estar na fase da “heteronomia”, só fazendo o que mandam fazer, dependentes dos outros. O Brasil, como país, parece estar nesta fase, dependente de organismos internacionais…"
FONTE - Criança: Da Anomia à Autonomia (pedagogiaaopedaletra.com)
https://pedagogiaaopedaletra.com/anomia-autonomia/ (Atualizado em 19/06/2021)
É isso. Falamos muito em autonomia, mas sem internalizar os "valores morais de seu meio ambiente".
ResponderExcluirGrata
Excluir