Participei, em junho, no auditório da Aldeia Infantil SOS Amazonas,
do Cine Fórum sobre o documentário O
Começo da Vida, organizado pelo Coletivo Escola Família Amazonas.
Naquele momento, procurei me organizar para poder contribuir
de forma significativa nas reflexões no grupo e elaborei um roteiro com alguns
pontos do documentário, dentre tantos, que me tocaram.
No Cine Fórum a que me referi acima, destaquei alguns aspectos para nortear as discussões. O documentário “considera o impacto que o cuidado com a primeira infância pode ter na sociedade (período que vai da gestação aos seis anos)”; “renova esperanças em relação a novas gerações”; “envolveu nove países, conversa com 50 famílias e 60 especialistas”; “apresenta diferentes culturas e realidades”; “aponta como sendo o único caminho para a construção da humanidade e destacando que a criança não é formada apenas por sua genética, mas também pelas primeiras interações com o meio onde vive”.
Destaquei,
no início, o pensamento do Pesquisador
e PhD da Universidade de Washington, Andrew Meltzoff, que nos diz: “Os
seres humanos aprendem mais – e mais rápido – da gestação aos três anos do que
em todo o resto de suas vidas”. Essa ideia lembra Guimarães Rosa, que em seu livro Grande sertão: veredas nos leva
a refletir sobre a importância do nascimento de uma criança, pois,
diante deste evento, “o mundo volta a começar”.
Neste
momento trago a proposta de reflexão sobre as palavras de Dalai Lama, que nos
diz: "O planeta não precisa de mais
pessoas bem-sucedidas. O planeta precisa desesperadamente de mais
pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de
todos os tipos."
Que
possíveis relações poderão ser feitas dessas três falas em destaque, com as
distintas realidades mostradas no documentário, sobre o desafio de cuidar da
infância? Que ressignificações são/seriam necessárias para que os cuidados com
a infância sejam também, o brincar com ela, olhar e propor atividades em que as
dimensões do SER estejam presentes? Como ressignificar e/ou desconstruir o foco
no sucesso, da preocupação em “preparar” para o vestibular, de ser o melhor que
o outro?
De certa forma, as ações relacionadas aos cuidados com e na
infância, são vistos, por pais, educadores, gestores e boa parte da sociedade
como ações de menor importância, muito embora propaguem em suas falas as
preocupações com o desenvolvimento/cuidado com a criança, estas mesmas falas
trazem nas entrelinhas (e às vezes claramente) a ausência de compromisso com o
“começo da vida”.
Vemos, por exemplo, a preocupação com mais creches, sem foco
no desenvolvimento integral da criança, pais que compram muitos brinquedos, sem
nunca ou poucas vezes brincarem com seus filhos. Educadores (todos), que falam,
determinam, castigam, cobram, sem ouvir a criança sobre fatos ocorridos, sem
possibilitar o pensar sobre o “erro”, o tentar mais uma vez.
No Cine Fórum a que me referi acima, destaquei alguns aspectos para nortear as discussões. O documentário “considera o impacto que o cuidado com a primeira infância pode ter na sociedade (período que vai da gestação aos seis anos)”; “renova esperanças em relação a novas gerações”; “envolveu nove países, conversa com 50 famílias e 60 especialistas”; “apresenta diferentes culturas e realidades”; “aponta como sendo o único caminho para a construção da humanidade e destacando que a criança não é formada apenas por sua genética, mas também pelas primeiras interações com o meio onde vive”.
Apresenta várias “vozes”. De mães que querem “escutar seus
filhos”, de especialistas que afirmam que as “conexões cerebrais só ficam
permanentes se acontecerem na experiência afetuosa" e que se “mudarmos o
começo da história, mudamos a história”.
Fala de descobertas da Neurociência e de
que “os bebês são muito mais do que uma carga genética”, que o “desenvolvimento
de todos os seres humanos se encontra na combinação da genética com a qualidade
das relações que desenvolvemos e do ambiente em que estamos inseridos”.
Por fim, propõe algumas questões a serem
respondidas por todos nós: Queremos as mesmas coisas para as próximas gerações?
A primeira infância define tanto o presente quanto o futuro da humanidade?
Quais cuidados estamos tendo com os primeiros anos de vida?
Sejam quais forem as respostas, não
podemos deixar de considerar possíveis afirmações: O Futuro começa hoje, agora, já... E que a preocupação com o desenvolvimento infantil é a possibilidade de
termos um mundo melhor...
Documentário O Começo da Vida
Sonia, que lindo texto que me tocou profundamente. Que bom que você compensou a ausência que eu representei, para nossos dois queridos Tonny e Délia quando ainda na fase de aprender a construir um mundo melhor,enquanto estava a me importar a dar um futuro melhor pra eles que de nada adiantaria se não estivesses presente nas nossas vidas. Obrigado.
ResponderExcluirPeixoto
Fico feliz que tenhas gostado e pelo registro aqui. Beijão.
ExcluirOi Sônia
ResponderExcluirQuero aprender contigo algumas coisas sobre a infância. Não tenho quase nenhuma experiência porque as nossas filhas vieram para a família quando tinham 3 anos. E como formador, minha experiência é ainda menor, pois atuo na formação de professores que vão lidar com adolescentes. Entretanto, começo a entender que o conhecimento sobre o ensino fundamental e a infância é importante para quem trabalha com o ensino médio. Continue escrevendo, pois você é uma fonte que eu confio muito.
Acredito que é na infância onde tudo 'começa'. Grata pelo registro.
ExcluirGostei muito. A infância realmente é a fase pimportante nas nossas vidas. Gosto e admiro seu trabalho. Parabéns.
ResponderExcluirGrata, Renata.
ExcluirOlá Sônia!
ResponderExcluirParabéns por este espaço que nos possibilita refletir sobre temas tão significativos e inquietantes. Recentemente tive a oportunidade de assistir a esse documentário, também em um cine fórum. Contudo, suas reflexões/contribuições nos permitem ampliar o nosso olhar sobre a concepção de criança e infância. Isso nos instiga a pensar sobre nosso papel no processo de mediação do desenvolvimento infantil e sobre a importancia de termos como foco da formação a vida na sua totalidade/plenitude.Parabéns! Bjs
Fico feliz com teu comentário. Grata.
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