quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Bom senso e senso comum, as diferenças entre o transcendental e o contextual



Parece que se tornou a moda nos dias de hoje confundir bom senso com senso comum. Bem, parece claro constatar que um não queira indicar o outro, se ''bom'' e ''comum'' não são sinônimos. Mas para uma parte nada desprezível da população, aqui, neste gigante abobalhado do sul, ou em qualquer outra costa, tudo aquilo que for popular dentro do seu meio social, será a priore ''por'' bom senso. 


O bom senso pode ser identificado como todo o tipo de prática, isto é, que pode ser efetuada em qualquer meio, que se baseia no uso da ponderação e do julgamento diplomático ou holístico, racional e empático.


O senso comum se consiste nas práticas culturais ou contextuais que estão sendo praticadas por uma maioria e por isso que recebe o adjetivo ''comum''. 


O bom senso se relaciona com a evolução benigna ou sabedoria evolutiva, porque é acumulativo e está sempre em busca da melhoria de sua técnica de interação com o meio.


O senso comum se relaciona com a adaptação ou inteligência, se a mesma já não possa ser conceituada a partir de um contexto evolutivo, como a capacidade de se adaptar. 

A inteligência é para a adaptação assim como a sabedoria é para a evolução. 



O bom senso é o uso potencialmente perfeccionista de nossa inteligência, isto é, a sabedoria, transcendendo as diretrizes de comportamento (adaptação) que são impostas, seja pelo ambiente natural ou pelo ambiente antropomorfizado. Ele é transcendental e isso quer indicar universal, que independe do espaço e do tempo. É um passo à frente em termos morais, existenciais da humanidade. 

Todas as nações que aplicaram partes da regra de ouro da sabedoria, tem melhorado significativamente em qualidade de vida.

A inteligência parece ter mais a ver com a necessidade direta ou imediata de sobrevivência, ainda que a criatividade também possa ser acessada de maneira brilhante e precisa nessas situações que exigem respostas rápidas e astutas. 

Em compensação, a sabedoria se relaciona com a mitigação de problemas, ou seja, de prevê-los antes que possam acontecer e ter como resultado a redução grave do fitness vital dos indivíduos envolvidos.

O bom senso se relaciona com a moralidade objetiva enquanto que o senso comum nada mais é do que a prática da moralidade subjetiva. 

A moralidade objetiva, ao primar pelo objetivismo, se baseará pela clareza de julgamento moral, separando aquilo que será potencialmente (e diretamente) negativo ou desvantajoso, daquilo que não será diretamente ruim. Ou seja, ao invés de usar o pensamento binário (ou dualista, que é sempre conflituoso) para organizar a sociedade, ocorrerá a divisão precisa de todos os tipos de comportamentos, dando importância e relevância para as suas respectivas vantagens e desvantagens, isto é, ao invés de se fazer generalizações sobre um comportamento que é expressado por uma subpopulação, passaremos a  olhá-lo mais de perto, para tornar todas essas pessoas em ''seres reais'', e evitar avaliações que poderão ser prejudiciais aos tipos virtuosos de cada grupo. Evitar a injustiça.

A moralidade subjetiva é a expressão de todo o tipo de moral que tem como base o julgamento unilateral ou imparcial de comportamentos, que também pode ser qualificado como ''dualista'', binário ou generalizador. 

''Tudo aquilo que está irremediavelmente certo, neutro ou errado'‘ - moralidade objetiva

''Tudo aquilo que está certo ou errado a partir de um contexto social específico no espaço, tempo e biologia'' - moralidade subjetiva

A vida é muito importante pra ser desgastada e mal tratada como tem sido feito desde sempre e especialmente quando estamos falando de seres humanos, aqueles que podem dar fim, ao menos pra si próprios (e em extensão racional aos outros animais que não oferecem risco imediato às suas vidas), a esta guerra biológica que tem se consistido o espetáculo da panaceia de existências terrestres multiformes. 

A moralidade existe mesmo sem ter seres humanos ou mesmo seres vivos para que possa ser vivenciada. Tudo
aquilo que tem como princípio a destruição generalizada, pode ser denominada como anti-empática. A moralidade objetiva é basicamente a aplicação da racionalidade e da empatia, ou seja, da sabedoria, no julgamento comportamental e na organização social.

Tudo aquilo que sustenta a vida no meio natural, por meio dos fenômenos atmosféricos e geológicos, pode ser definido como moralmente correto. 

A confusão do bom senso com o senso comum é apenas a ponta de um iceberg de ignorância que a maioria das pessoas estão engolfadas, se não parece de ''bom tom'' constatar que bom não é o mesmo que comum. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário