Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não ?' (George Bernard Shaw)
A proposta de refletirmos sobre os
problemas, os avanços e os desafios vivenciados pelo professor e pela escola é
bastante complexa. Exige de nós o exercício da escuta, do olhar e da crítica
sobre vários aspectos: sistema de ensino, políticas educacionais,
formação inicial e continuada e as relações que se estabelecem nestes contextos.
Vemos com frequência a atribuição de responsabilidades ao professor e a escola, como atores e espaços únicos dos processos de aprendizagens. As condições de trabalho, o vínculo empregatício, o reconhecimento e/ou o não reconhecimento social, o pouco ou inexistentes incentivos para o fazer pedagógico, a autonomia ou ausência desta na escola, entre outros são na maioria das vezes desvinculadas das discussões sobre a temática.
O Centro de Formação da Semed
(Manaus) como parte do projeto formativo de 2011, propôs aos professores que falassem
sobre suas dificuldades e interesses formativos. Em agosto do mesmo ano a Universidade
do Estado do Amazonas – UEA promoveu um seminário denominado Diálogos Pertinentes: o curso de Pedagogia
e a profissão docente – desafios para a escola do presente.
Neste seminário promovido pela
UEA/2011, apresentamos o tema O Professor e a Escola: problemas, avanços e desafios, tendo como embasamento, pesquisas, textos e também, falas/registros sistematizados para a ressignificação do projeto formativo dos professores da Educação Básica/Semed.
O que nos chama atenção é que algumas das dificuldades e dos
interesses formativos registrados, naquele momento, ainda estão
presentes nas falas dos professores recém formados, dos com bastante tempo de
formação inicial e dos que tiveram e têm participação em formações continuada.
Então fomos rever alguns de nossos registros de formações e especificamente os slides que nortearam nossa fala no seminário na UEA.
As dificuldades e interesses
verbalizados pelos professores do 6° ao 9° ano, naquele momento foram:
Necessidade de Formação em aspectos da Inclusão (Libras, Autismo, Deficiência Visual
e outros); Necessidade de estudos sobre legislação educacional como apoio ao trabalho
docente; Sugestões de metodologia (técnicas para sala de aula); Sugestões de jogos
recreativos e de interação interdisciplinar; Formação em métodos de leitura e escrita;
[...].
Os Professores do 1° ao 5° ano
destacaram a necessidade de terem mais tempo para a elaboração de trabalhos
pedagógicos; Necessidade de sugestões de técnicas e práticas de letramento; Necessidade
de terem salas de recurso pedagógico e de orientações sobre como trabalhar com
alunos que não demonstram interesse pelas atividades propostas; [...].
E os Professores de Educação
Infantil dentre outras, destacaram a necessidade de formação sobre: Informática
básica; Grafismo e letramento; Processos de desenvolvimento; Metodologia do
trabalho diversificado e sobre o Uso da voz.
Assim, diante das falas, que
sinalizaram necessidades formativas, há quatro anos, e presentes ainda hoje, sentimos a necessidade de
levantarmos alguns questionamentos, considerando que alguns destes, foram de professores que participaram conosco de momentos de formação no
passado.
Desta forma inúmeros questionamentos
são inevitáveis: O que é ou pode ser impedimento para que um saber elencado por mim faça parte da minha pratica pedagógica? Quais os fatores que poderão fazer uma “necessidade” pessoal persistir
por muitos anos? E o Formador que 'papel' tem neste processo? Quando a satisfação desta necessidade implica na ‘participação’
de outras pessoas e/ou segmentos, o que poderá ser feito?
E mais... O que motiva meu fazer como ‘profissional da educação’? Como sinto meu fazer nos espaços das unidades de ensino? Participo/partilho ideias, sonhos e atividades com ‘pares’ e/ou colegas? Ou é um fazer solitário? Que tipo de ‘ajuda formativa’ se faz necessária para que a ressignificação dos saberes pedagógicos sejam visíveis nas aprendizagens de crianças, jovens e adultos?
E mais... O que motiva meu fazer como ‘profissional da educação’? Como sinto meu fazer nos espaços das unidades de ensino? Participo/partilho ideias, sonhos e atividades com ‘pares’ e/ou colegas? Ou é um fazer solitário? Que tipo de ‘ajuda formativa’ se faz necessária para que a ressignificação dos saberes pedagógicos sejam visíveis nas aprendizagens de crianças, jovens e adultos?
No seminário, propomos a reflexão sobre a “logo” que identificava o encontro e as possíveis relações com o tema. Acreditamos ser importante a mesma proposta de reflexão. Naquele momento o significado de maior relação foi: a flor de Lótus em botão simboliza as infinitas possibilidades do ser humano e aberta representa o Universo.
Por fim, precisamos ver a realidade e perguntarmos 'por quê?' E mais, precisamos ter sonhos e desconstruirmos algumas concepções para ressignificarmos trajetórias e novas formas de caminhar.
Referências
GATTI. Bernadete Angelina; BARRETO. Elba Siqueira de Sá (coord). Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: UNESCO, 2009. [Acesse o link aqui]
MANAUS. Semed. Escuta sensível: desafios no fazer pedagógico. Centro de Formação, 2011.
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Sônia Peixoto
Participei deste evento.
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