quinta-feira, 26 de maio de 2016

SENTIPENSAR sobre analfabetismo


Que pedaços nos faltam em nossos saberes e em nossos fazeres? 

O texto a seguir nos remete a algumas reflexões que quase obrigatoriamente deveria nos levar a ações mais efetivas quanto aos "pedaços' que nos faltam e que se relacionam com questão da alfabetização/letramento. Apresenta ainda, quatro níveis de analfabetismo, no entanto, questionamos: O que está especificado no nível pleno, é analfabetismo?
[...]. Existem pessoas que são lançadas ao mar, à vida, com vários pedaços faltando. Pedaços esses que correspondem às habilidades básicas para viver e se comunicar.[...]






Observe a imagem acima... Dá pra saber o que é? Parece um barco. Mas, dá pra navegar com esse barco? Provavelmente você vai responder que não. Você poderia coloca-lo no mar, mas ele afundaria. Faltam partes, falta o básico, de longe nem parece um barco. Trata-se apenas de um pedaço do que foi ou quis ser um barco, mas não poderá navegar. E será que agora poderia ser reconstruído...
Existem pessoas que são lançadas ao mar, à vida, com vários pedaços faltando. Pedaços esses que correspondem às habilidades básicas para viver e se comunicar.

Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o individuo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade. (Wikipédia).

A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 1978, definiu o analfabetismo funcional como pessoas que são capazes de ler e escrever coisas simples, no entanto não têm as habilidades necessárias para viabilizar o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Elas leem textos, mas não os compreendem perfeitamente e não ultrapassam as operações básicas dos números.

O IBGE avalia o grau de analfabetismo analisando a quantidade de anos dedicados ao estudo por cada pessoa, no entanto isso não é suficiente para determinar o analfabetismo funcional, pois há pessoas que chegam até na universidade com imensas lacunas no saber.
Segundo o Instituto Paulo Montenegro, em parceria com a ONG ação educativa, que divulgam anualmente o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inalf) existem quatro tipos de analfabetismo: 

  • Analfabetismo: corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços, etc.).
  • Nível rudimentar: corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como, por exemplo, um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica.
  • Nível básico: as pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas, envolvem maior número de elementos, etapas ou relações.
  • Nível pleno: classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: leem textos mais longos, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos.
No Brasil, cerca de 75% da população é analfabeta funcional.  Dessas pessoas, 4% chegaram até o ensino superior. Apenas 25% possui habilidades plenas com a escrita e com os números. A avaliação que levou a esses resultados é feita por meio de entrevistas e testes que analisam as habilidades de leitura, escrita e matemática, em brasileiros que tenham entre 15 e 64 anos de idade. Entre analfabetismo básico e o pleno existe uma lacuna de anos, que ainda não se preencheu.

Crianças de até 8 anos de idade tem sido avaliadas e demonstraram aprendizado inadequado em leitura, escrita e matemática no final do terceiro ano do ensino fundamental. A base está corroída. Os buracos e lacunas só crescem, não adianta passar de ano.


Fonte: InovarEducar postagem de 29/out/2012.
Postado por Sônia Peixoto no Blog OFS em 13/06/13



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Sônia Peixoto

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