SENTIPENSAR sobre nossos fazeres
Pablo Neruda um dos mais importantes poetas
chilenos do século XX, aqui nos possibilitando que emoções, reflexões e ações
sejam ressignificadas para que não morramos lentamente em um cotidiano que
muitas vezes banaliza as dimensões do nosso SER HUMANO.
Morre lentamente
Morre lentamente,
quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente,
quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente ,
quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente,
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente,
quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente,
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece, ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Filho de um operário ferroviário e de uma professora
primária, nasceu em 12 de julho de 1904, na cidade de Parral (Chile). Seu nome
verdadeiro era Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Perdeu a mãe no momento do
nascimento.Começa a estudar por volta dos sete anos no Liceu para Meninos da
cidade. Ainda em fase escolar, publica seus primeiros poemas no jornal “ La
Manãna”. No ano de 1920, começa a contribuir com a revista literária “Selva
Austral”, já utilizando o pseudônimo de Pablo Neruda (homenagem ao poeta tcheco
Jan Neruda e ao francês Paul Verlaine). Em 1921, passa morar na cidade de
Santiago do Chile e estuda pedagogia no Instituto Pedagógico da Universidade do
Chile. Em 1923 publica ‘Crepusculário” e no ano seguinte “Vinte poemas de amor
e uma canção desesperada”, já com uma forte marca do modernismo.
*Postado por Sônia Peixoto no Blog OFS em 13/06/2013
D+ esse poema, e esta parte é pra matar mesmo.
ResponderExcluir"Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece, ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe."
Destaques significativos!
ExcluirMuito bonito
ResponderExcluirGrata!
ExcluirCada ciclo da respiração deve ser sentido e vivido como um direito à vida, um verdadeiro renascer. Adorei!
ResponderExcluirAmei o comentário.
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